
De repente o negro automóvel lançou-se em frente às três garotas.
O que fazer?
Nessas horas a adrenalina parece não surgir.
O cérebro não funciona mais rápido, pelo contrário.
O pavor toma conta do corpo tornando-o teso.
O tempo parece estar em "câmera lenta".
Correr?
Não há como!
O desespero as deixa incapazes de tomar qualquer atitude
E então é isso.
Não como escapar; não há o que fazer.
Apenas aceitar o fato de que irão morrer enquanto esperam por um milagre.
Um vidro aberto deixa transparecer o objeto, tão negro quanto a aura de quem está dentro do automóvel.
Alguém segura uma arma.
A morte parece cada vez mais próxima.
Do outro lado da rua, uma mulher se vira discretamente para observar a cena.
Uma oportunidade?
A garota da direita dá o grito mais alto, estridente e agudo de sua vida. Como ela nunca se julgou capaz de fazer. Esperava que esse grito pudesse salvá-las do destino que estava por vir.
Mas infelizmente, as coisas não sucederam como o ocorrido.
"Pow".
Um barulho irrompe o silêncio que se formou depois do grito.
Olhos assustados e curiosos saem de todos os cantos procurando entender o que aconteceu.
Peito: O local atingido pelo tiro.
Mas a garota da direita percebeu que o tiro não havia pegado nela.
Não era ela que iria morrer.
A garota da esquerda assistia a tudo aterrorizada e boquiaberta.
Incapaz de fazer qualquer movimento e até mesmo de pensar.
O barulho de um corpo caindo no chão.
Foi a garota do meio a atingida pelo tiro.
Seus olhos medrosos e suplicantes atingiram a garota da direito em cheio.
A menina sentiu a culpa preencher todo o seu corpo.
A mais alta e mais bela das três, não teve mais que alguns segundos de vida.
Como presenciar aquela cena?
Ver sua colega morrer diante dos seus olhos.
Morria de culpa, pois sabia que o tiro era para ela, mas uma felicidade crescia em seu peito por saber que ainda estava viva.
Um homem surgiu do nada.
Um colete; um distintivo: Um policial!
De repente tudo se desfez, mas a menina da direita e a menina da esquerda jamais seriam as mesmas. Sempre levariam em sua memória o olhar da menina do meio, enquanto morria sem direto à despedidas.
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