Elena
No dia seguinte, a escola estava agitada. Os preparativos para a festa de fim de ano estavam a todo vapor. Mas eu não conseguia manter meu foco em nada por muito tempo, a cada minuto que se passava eu só tinha mais pressa de sair correndo e ir ver como meu irmão estava. Damon tinha hipnotizado Jenna para ela pensar que ele estava em um tipo de excursão, então, isso por enquanto não era um problema. Mas meu coração não estava em paz por Damon ter que fazer isso com ela. Não foi legal quando ele apagou a memória de Jeremy sobre a morte de Vicky e eu tinha medo que o episódio se repetisse com minha tia. Mas não havia outra escolha. O único pensamento que me consolava era saber que isso era para protegê-la. Ela não podia ficar exposta a tudo que estava acontecendo. Ela ia pirar. Estava tão absorta em meus pensamentos que não percebi quando Stefan parou ao meu lado.
- Bom dia!
- Stefan! Você quase me matou de susto!
- Desculpe! – Ele me deu um beijo na testa.
- Como está Jeremy?
- Ele está bem, mas ainda está apagado.
- Quanto tempo demora até...
- Depende... Eu acho que até a noite ele deve acordar.
- Ele está sozinho?
- Não? Damon está cuidando dele.
- Damon?
- Não era uma das melhores opções, mas era a única que nós tínhamos.
- Stefan... – Eu estava receosa, mas eu tinha que perguntar – Você acha que é verdade... O que Isabel falou?
- Sobre Damon estar apaixonado por você?
Abaixei a cabeça. Não consegui olhá-lo nos olhos. Eu estava me sentindo envergonhada? Ele entendeu meu gesto e continuou.
- Calma! Não precisa ficar receosa. Eu não vou o deixar fazer NA-DA contra você! Entendeu?
Olhei para ele com cara de interrogação. Aquelas palavras não faziam sentido.
- Eu não tenho medo de Damon! Ele não vai fazer nada contra mim. Eu sei disso! É só que... Você não acha que ele esteja me confundindo com Katharine, acha?
Dessa vez foi o olhar dele fugiu dos meus. Eu sabia que essa situação não o agradava. Não sei se pelo fato de a história estar se repetindo, de certo modo, ou por ter medo de eu trocá-lo por Damon.
- Em se tratando de Damon, eu já não costumo esperar nada.
- Stefan – Segurei seu rosto em minhas mãos – Eu te amo! Entendeu? Eu te amo!
- Eu também te amo! – E me deu um rosto na bochecha na hora que o sinal tocou para começar as aulas.
No final da aula fui em casa para pegar umas coisas de Jeremy e levar para ele na casa de Stefan. Quando estava saindo do quarto dele vi John parado na porta.
- Onde ele está?
- Em uma excursão da escola.
- E por que você também não foi?
- Por que foi só para a turma dele.
- E então o que você está fazendo com as coisas dele?
- Estou levando para lavar. Aproveitando que ele está fora para dar um jeitinho nisso aqui. – Esperava estar sendo muito convincente, apesar de saber que não adiantaria muito. John era desconfiado por natureza.
- Olha Elena, você é minha filha, mas o que quer que você esteja fazendo, fique certa de que eu vou descobrir.
- Bom saber! Continue tentando! – Não sei quem conseguia ser mais irritante, meu pai ou meu cunhado.
- Ah! E faça o favor de avisar aos Salvatore que eu acho bom eles saírem da cidade, senão vou dar fim a eles assim como fiz com os outros da raça deles.
Continuei andando. Eu fiquei profundamente irritada com aquelas palavras, mas não consegui dizer nada, retrucar, responder, agredir, nada! Eu não conseguia acreditar que ele cumpriria essa promessa. Meu cérebro limitado não conseguia conceber a ideia de que ele pretendia matar o homem que eu amava. Não! Ele não poderia fazer isso! Era de Stefan que estávamos falando! Ele não era como os outros! Ai como eu queria cuspir essas palavras na cara dele e fazê-lo entender. E Damon. Apesar de não ser um dos melhores mortos-vivos do paralelo noturno, ele estava melhorando, eu podia ver isso em suas atitudes, eu podia sentir isso no fundo do meu peito. Eu gostava de Damon, ele era um bom amigo. E Anna, ela era uma boa vampira. E... Jeremy! Gelei. Meu irmão se tornaria um vampiro. Meu pai teria coragem de matar o próprio sobrinho? Eu não queria aquela resposta. Mas uma coisa era certa. E se vamos falar de vidas, nesse caso, algumas vidas imortais valiam mais que aquela vida humana e sem nenhum sentimento de bondade que era a de John.
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