Capítulo 3
Elena
Já estava escurecendo. Estávamos na sala da casa de Bonnie. Sentadas no tapete, com livros e cadernos espalhados pelo chão. Uma vasilha, agora vazia, antes estava cheia de pipoca. A casa de Bonnie era agradável. Uma harmoniosa mistura de moderno e antigo que se complementavam perfeitamente. Era uma casa normal, como outra qualquer, qualquer um poderia dizer isso. Mas tinha algo mais. Um quê de mistério, de superstição, de mágica. Não sei se por eu saber o que a dona da casa era realmente, mas acho que não era só por isso. Alguém com a sensibilidade mais aflorada também poderia perceber. Estava no ar. O aroma daquela casa. Um cheiro doce e meio enjoado, porém agradável, parecia uma mistura de mel com canela e umas folhas que não reconheço, se espalhavam pelo ar.
- Bom meninas, tá ficando tarde e eu já vou indo! – Disse Caroline com um sorrisinho. Ela parecia estar feliz e isso era bom.
- Tá bom! Bom Final de Semana Carol! – Bonnie disse.
- Beijos! – Eu me despedi. E então ela saiu.
Esperei Caroline ir embora. Me virei para Bonnie e falei.
- Bonnie eu realmente preciso de sua ajuda.
- Tem algo errado Elena?
- Precisamos conversar.
- O que aconteceu.
- É sobre Jeremy.
Eu sentei no sofá e Bonnie nos trouxe água. Então comecei a contar para ela tudo que estava acontecendo.
- Jeremy bebeu sangue de vampiro e depois se suicidou.
- Como? – A surpresa estava estampada em seu rosto.
- Tomou muitos comprimidos e aí já viu... Perda de consciência... Parada cardíaca...
- Overdose.
- E ele bebeu sangue humano.
- Ou seja, ele é um vampiro agora?
- Sim.
- Elena, eu só não entendo em que eu posso ajudar.
- Jeremy não pode sair no sol... E você sabe!
- Você quer que eu enfeitice algum anel.
- É. Bonnie, por favor, você pode fazer isso por mim?
- Claro Elena! Mas só porque é por você.
- Obrigada.
Eu a abracei.
- E... Você por acaso está com o anel aí?
- Não. Stefan ainda vai conseguir um.
- Certo então. Quando você tiver o anel, você me fala.
O meu celular deu um bip. Era uma mensagem de Stefan.
“Elena, eu quero falar com você. Me ligue quando estiver em casa. Beijos, Stefan.”
- Bonnie, eu preciso ir. Obrigada por tudo!
Ela deu um aceno de cabeça e eu saí. Bonnie era minha melhor amiga, mas acho que ela não estava confortável com essa situação. Claro, ela era uma bruxa, mesmo as pessoas não sabendo, era o dever dela proteger os humanos, afinal, ela era humana também. E vampiros eram uma ameaça muito grande. Essa situação me incomodava. Eu não poderia escolher entre minha melhor amiga e o homem que amava. Isso teria que ter uma solução.
Acordei na manhã seguinte, minha cabeça estava pesada. Tentei levantar, não consegui. Estava tonta. Parecia não ter controle sobre meu corpo. Meus membros não obedeciam as ordens que meu cérebro transmitia através do meu sistema nervoso. Eram cinco e meia da manhã, não sabia porque tinha acordado tão cedo. A casa estava silenciosa. E o silêncio atualmente não me parecia um bom sinal.
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