De olhos fechados

Ao nascer, somos vendados.
Para não enxergar a verdade.
Passamos a acreditar no que nos programaram para acreditar.

Que sempre haverá um amanhã,
Que a vida vai melhorar,
Que o salário vai subir,
Que a inflação vai baixar,
Que a chuva vai parar
e o sol voltará,
Que a justiça será feita,
Que o amor muda tudo...

E se não houver um amanhã?
E se a vida não melhorar?
E se o salário não subir?
E se a inflação não baixar?
E se a chuva não parar?
E se a justiça não for feita?
E se o amor for corrompido?

Quem garante que essas coisas vão acontecer?

Há ainda os que tiram a venda e prometem revolucionar,
mas são desviados no meio do caminho, e preferem tapar os olhos novamente.
Por que esperamos sempre que outra pessoa faça por nós o que nós mesmos podemos fazer?

Estamos tão desesperados em não ficar à margem da sociedade que nos submetemos à todas as suas vontades.

Queremos sempre estar incluídos, com pessoas inteligentes, divertidas, maneiras, com estilo, com personalidade..

E acabamos perdendo a nossa identidade no meio de tanta confusão.

Alguém já parou pra se perguntar: O que é que eu tô fazendo aqui?