
Fiquei parada sem saber o que fazer. Não podia correr.
Fiquei no mesmo lugar vendo-o se aproximar cada vez mais de mim.
Eu queria sair correndo, fugir e não sabia porque estava me sentindo assim.
Será que era algum mecanismo de auto-defesa que surgiu em mim de repente?
De repente o sol começou a sair de trás de uma nuvem,
ao mesmo tempo que ele começou a sorrir.
O sol iluminou seu rosto e seus olhos brilharam mais vividamente.
O seu sorriso era tão cálido e acolhedor, contranstando com o tamanho de seu corpo, ele poderia ser qualquer coisa.
- Está tudo bem aí? - Ele perguntou num leve tom de preocupação.
- Está! - Menti descaradamente. E riu percebendo minha mentira. Não consegui desviar o meu olhar do seu rosto.
- Posso ajudar? Eu som Tom e moro bem ali naquela cabana. - Ele falou enquanto apontava a pequena casinha da qual eu tinha fugido.
- Não! Eu tô bem!
- Não é o que parece! - Ele falou apontando para minhas roupas.
Eu não tinha me dado conta do estado em que me encontrava. Eu estava usando uma blusa preta, uma calça jeans e um all star. Minhas roupas estavam sujas e rasgadas em vários locais. Eu estava mais descabelada que o normal e tinha ralado o joelho, que agora sangrava.
- Você também não me parece muito bem. - Eu acusei apontando para suas roupas sujas de graxa. Ele usava uma regata branca por baixo de uma camisa azul desabotoada e uma calça jeans velha.
Ele riu olhando para si mesmo e falou:
- Nós deveríamos dar um jeito em nossas roupas.
Eu não me mexi. Estava imóvel, na defensiva, eu acho que posso dizer assim, se eu pudesse correr, aposto que o faria assim que ele se virasse. Percebendo que eu não reagiria ele continuou:
- Vem! Não tenha medo! Eu posso te ajudar!
Não tive escolha, pra onde mais eu iria? Tinha que enfrentar meus medos de uma vez e ver o que o destino reservava para mim. Eu fui tentar caminhar em sua direção mas mal dei um passo e minhas pernas cederam. Não tinha forças para me manter de pé. Eu vi o chão se aproximar de mim lentamente. Mas então eu percebi que não estava mais caindo. Foi quando dei por mim e percebi que ele estava me segurando.
Deus! Eu estava abraçada com o 'inimigo'. Até agora eu não tinha nenhuma pista que me provasse o contrário. Mas eu gostei de estar ali. Sentir aqueles braços fortes em volta de mim.
Ele me colocou em pé e pegou minha mochila e a passou por um de seus braços, depois me carregou e levou até a casa.
O destino nos prega peças, ele gosta de brincar com nossos sentidos, quando coisas sem sentido acontecem em nossas vidas as chamamos de ACASO, mas eu já não sei se o ACASO existe.
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