
Era o 1º dia de férias, eu não tinha nada para fazer e mesmo assim não sabia porque estava acordada até tão tarde. Eu já tinha me virado na cama 10 vezes e a música que estava ouvindo no meu mp4 estava quase no final. Eu não sei se poderia chamar meu quarto de "grande", mas também não era "pequeno", ao meu ver, claro. Eu sempre tive um péssimo instinto para tudo que tivesse a ver com análise, cálculo ou dedução.
As luzes do quarto estavam apagadas e a única claridade provinha era da luz da lua, que nesse momento, me saudava pela janela. A maioria das pessoas que eu conheço dormia com as cortinas fechadas, mas na maioria das vezes, eu era uma exeção à regra. A lua sempre cálida e complacente comigo. Eu sabia que nem precisaria abrir a boca para ela saber tudo que eu estivesse pensando. Ela não me julgaria, nem me condenaria por mais vil ou bobo que fosse o que se passava na minha mente.
Ela assistia de camarote as minhas noites de insônia e sempre presenciava momentos como esse em que eu simplesmente fechava os olhos e deixava minha mente vagar. Sem amarras, sem prisões. Eu me sentia leve, solta, em meus devaneios. Eles surgiram como uma brisa leve, que invadia todo o meu corpo e me preenchia por completo. Ela como a própria noite, chega aos poucos, tímida e vai tomando tudo com sua escuridão vezes desconcertante, vezes acolhedora, para só se despedir nas primeiras horas da manhã quando o sol volta com todo o seu esplendor.
Sinceramente, eu sinto raiva de mim cada vez que isso acontece. Eu não faço ideia de como começo a pensar em algo e quando percebo, estou fazendo uma dissertação mental sobre algo completamente diferente. A realidade é que no meu íntimo, eu acho que se ainda não cheguei à insanidade, estou bem perto. E esse monólogo intrusivo noturno só me dá mais certeza disso.
Assim, deixo minha mente vagar no vazio. Me deixo sucumbir na escuridão, mergulhar no vão das minhas próprias palavras até ser transportada para o encantado mundo do sonho, onde habitarei até a aurora vir me buscar.
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